Os custos ocultos da energia hidrelétrica: quando a “energia limpa” ameaça a biodiversidade

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Pesquisadores alertam para os impactos da energia hidrelétrica sobre ecossistemas fluviais e recomendam o fim de subsídios públicos a usinas ineficientes e prejudiciais à biodiversidade aquática.

A energia hidrelétrica é frequentemente celebrada como uma fonte limpa e renovável. No entanto, um estudo recente do Forschungsverbund Berlin e.V. (FVB) revela que essa forma de geração de energia pode ter impactos ambientais significativos, especialmente na biodiversidade aquática.

O relatório destaca que, embora a hidrelétrica contribua para a matriz energética, ela também ameaça ecossistemas fluviais e espécies aquáticas, exigindo uma reavaliação das políticas de incentivo e operação dessas usinas.

Impactos Ambientais das Pequenas Centrais Hidrelétricas

O estudo enfatiza que todas as usinas hidrelétricas afetam negativamente os ecossistemas aquáticos, mas as pequenas centrais (com capacidade inferior a 1 megawatt) são particularmente prejudiciais.

Apesar de representarem mais de 7.800 instalações na Alemanha, essas usinas contribuíram com menos de 0,5% da produção de eletricidade do país em 2020. Em contrapartida, elas impactam aproximadamente um terço dos cursos d’água alemães, comprometendo a qualidade da água, a migração de peixes e a integridade dos habitats aquáticos.

Consequências para a Fauna Aquática

Espécies migratórias, como salmões, enguias e esturjões, são particularmente afetadas pelas barreiras impostas pelas barragens, que dificultam ou impedem seus ciclos reprodutivos.

Além disso, a falta de estruturas adequadas para a passagem de peixes e os riscos associados às turbinas resultam em altas taxas de mortalidade. Esses fatores contribuem para o declínio populacional e o risco de extinção regional dessas espécies.

Recomendações dos Especialistas

Diante dos impactos identificados, os pesquisadores recomendam:

  • Encerrar os subsídios públicos para pequenas centrais hidrelétricas ineficientes.
  • Priorizar o descomissionamento e a remoção dessas usinas para restaurar os ecossistemas fluviais.
  • Garantir que grandes usinas hidrelétricas cumpram rigorosamente os padrões ambientais, incluindo a manutenção de fluxos ecológicos e a instalação de passagens para peixes.
  • Integrar políticas de energia e biodiversidade para assegurar que a transição energética não comprometa os objetivos de conservação ambiental.
Síntese

O relatório do FVB destaca a necessidade de uma abordagem equilibrada na busca por fontes de energia sustentáveis.

Embora a energia hidrelétrica desempenhe um papel na matriz energética, é crucial considerar seus impactos ecológicos e adotar medidas que conciliem a geração de energia com a preservação da biodiversidade aquática.

Fonte: EcoDebate

Temas: Agua, Crisis energética

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