Leonardo Boff

Frente a la crisis planetaria, la ética del cuidado (femenina) y la justicia (masculina) necesitan complementarse, superando la tradición patriarcal e integrando afecto, equidad y ecología para enfrentar los desafíos sociales y ambientales. 

"A Terra assim cheia de vida é a mãe que gera todos os seres vivos", escreve Leonardo Boff, filósofo e ecólogo, autor de Opção Terra (Record, 2009) e Habitar a Terra (Vozes, 2021).

"As feridas no corpo da Mãe Terra provocadas pela voracidade produtivista são tratadas com band-aids e esparatrapos. Não se busca a cura da ferida, mas apenas seu escamoteamento pela aplicação de band-aids ou medidas meramente paliativas", escreve Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor.

Está se impondo, em muitos países, como no Brasil, um espírito autoritário e fascistoide que faz da violência física e simbólica e da mentira direta uma forma de governar. A democracia deixou de ser um valor universal e uma forma de viver civilizadamente em comunidade. Este espírito pode provocar um tsunami de guerras regionais de grande destruição.

Em todas as épocas, desde as ancestrais, como por ocasião da invenção do fogo, surgem imagens do fim do mundo. De repente, o fogo poderia queimar tudo. Mas os seres humanos conseguiram domesticar os riscos e evitar ou protelar o fim do mundo. Atualmente não é diferente. Mas a nossa situação possui uma singularidade: de fato, não imaginariamente, podemos, efetivamente, destruir toda a vida visível, assim como a conhecemos. Construímos o princípio de autodestruição com armas nucleares, químicas e biológicas que, ativadas, podem de fato eliminar a vida visível sobre a Terra, salvaguardados os micro-organismos que aos quintilhões de quintilhões se ocultam debaixo do solo.

Urge enriquecer a razão instrumental-analítica, necessária face à complexidade de nossas sociedades, com a razão cordial e a inteligência intelectual, escreve Leonardo Boff, teólogo, em artigo publicado por A Terra é Redonda. 

"O modo de produção capitalista mundializado mostra vontade política, tem a capacidade e a razoabilidade suficientes para se permitir esta mudança radical?", pregunta Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor.

"Como nunca antes na história, o destino comum está em nossas mãos: devemos escolher entre seguir a mesma rota que nos leva a um abismo ou mudar forçosamente e garantir um futuro para todos, mais frugal, mais solidário e mais cuidadoso para com a natureza e a Casa Comum", escreve Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor.