Em defensa da vida e do respeito as comunidades

Idioma Portugués
País Brasil
Na Nota Pública, a CPT reafirma sua opção em defesa da vida e pela justiça social nas comunidades pobres e periféricas. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vem a público manifestar sua profunda indignação diante das mortes ocorridas nas favelas do Rio de Janeiro, em consequência de mais uma operação policial focada pela letalidade e marcada pela ausência de controle democrático das forças de segurança do Estado.

Do clamor da terra e do grito dos pobres nasce a esperança.”

A CPT, fiel à sua missão de defender a vida, os direitos humanos e os territórios dos povos do campo, das águas e das florestas, não pode silenciar diante da continuidade de uma política que trata as comunidades pobres e periféricas como inimigas internas, transformando seus territórios em cenários de guerra e suas moradias e corpos em alvos.

Reafirmamos que nenhum objetivo institucional ou discurso de combate ao crime justifica a morte de pessoas, a violação de domicílios, o terror imposto a famílias inteiras e o desrespeito aos direitos fundamentais consagrados na Constituição Federal e em tratados internacionais de direitos humanos.

A CPT se solidariza especialmente com as mulheres, mães e pais das favelas do Rio de Janeiro, que mais uma vez carregam o peso do luto e da violência do estado contra seus filhos e filhas. Reconhecemos nestas mães e pais a força e a resistência que sustentam a vida nas periferias, assim como as famílias camponesas sustentam a luta pela terra.

Denunciamos o racismo estrutural e o machismo institucional que naturalizam a morte da juventude negra e pobre, e afirmamos que não há paz possível enquanto for tratada como descartável a vida destes jovens, previamente confundidos com criminosos. Clamamos por justiça, reparação e políticas de cuidado, porque defender a vida é também defender o direito de ser jovem, negro e periférico.

Exigimos das autoridades estaduais e federais a imediata apuração independente e transparente dos fatos e das responsabilidades, a revisão urgente das políticas de segurança pública baseadas no confronto e na morte, o fortalecimento de políticas sociais e de proteção da juventude que enfrentem as causas estruturais da violência. Repudiamos o uso político-eleitoral das ações nas comunidades.

A CPT reafirma sua opção pela vida e pela justiça social. A vida que defendemos no campo — ameaçada pelo avanço do capital, pela grilagem e pela destruição ambiental — é a mesma que clamamos por proteger nas cidades, nas favelas, nos becos e vielas onde moram e resistem os pobres deste país, muitos deles de origem camponesa, expulsos do campo.

Conclamamos a sociedade brasileira, as igrejas, as organizações populares e os órgãos de Estado a romper com a lógica de extermínio e a construir caminhos de paz com justiça e dignidade.

Fonte:  Comissão Pastoral da Terra  (CPT)

Temas: Criminalización de la protesta social / Derechos humanos

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